segunda-feira, 6 de abril de 2015

HISTORIA DA MUSICA SERTANEJA DE RAIZ



Na época do Brasil colônia, devido ao costume dos “homens brancos” que abriram clareiras com suas ferramentas para construírem suas casas, vilas e plantações, os índios, alheios a essas práticas, apelidaram aqueles de “kaa-pira” (que cortam mato).
A viola, que é denominação de praticamente todos os instrumentos de cordas até então de Portugal, era utilizada pelos missionários jesuítas no processo de evangelização nas comunidades a princípio isoladas, não demorando a serem utilizadas pelos pioneiros, chamando assim de viola caipira denominação até hoje utilizada.
A música caipira, também denominada de sertanejo raiz, música do campo, rural e sertanejo antigo, é uma manifestação espontânea do povo da zona rural, que reflete o dia-a-dia do trabalho, do lazer, da sua religiosidade e todas as relações sociais existentes nas comunidades interioranas. Continua viva por ser a grande essência da musica brasileira onde a maioria da população teve de uma forma ou outra suas raízes na roça, sejam daqui ou de seus países de origem.
Como mérito a conotação de caipira, hoje, é associada à qualidade, aquilo que é puro ou especial. Veja os “ovos caipiras”, as “comidas caipiras”, relativamente caros, porém de excelentes qualidades, assim como a referida música, singela nas suas harmonias e com grande sentimento e profundidade na poesia, é a moda que vem da “alma do caboclo”, assim tornando-as, inesquecíveis capazes de atravessarem gerações sem perder a originalidade e beleza, música boa não tem idade está sempre atual. Grande abraço e até a próxima semana com mais um pouco da nossa história.

A música sertaneja surgiu em 1929, quando Cornélio Pires começou a gravar “causos” e fragmentos de cantos tradicionais rurais da região cultural caipira. Na época conhecido como música caipira, hoje denominado música sertaneja, o gênero se caracteriza pelas letras com ênfase no cotidiano e maneira de cantar. Tradicionalmente a música sertaneja é interpretada por um duo, geralmente de tenores, com voz nasal e uso acentuado de um falsete típico, com alta impedância e tensão vocais mesmo nos agudos que alcança às vezes a extensão de soprano. O estilo vocal se manteve relativamente estável, desde suas primeiras gravações, enquanto a instrumentação, ritmos e contorno melódico gradualmente incorporaram elementos estilísticos de gêneros disseminados pela indústria musical. Estas modificações de roupagem e adaptações no conteúdo temático anteriormente rural e agora urbano consolidaram o estilo moderno da música sertaneja, que nos anos 80 se toma o primeiro gênero de massa produzido e consumido no Brasil. Os estilos tradicionais e modernos convivem e dividem o espaço de consumo, músicos “de raiz” como Pena Branca e Xavantinho atuando nos circuitos de sala de concerto e shows universitários enquanto Leandro e Leonardo se apresentam em feiras e shows massivos.
A história da música sertaneja pode ser dividida em três fases, levando em consideração as inovações que vão sendo introduzidas no gênero. De 1929 até 1944, como música caipira ou música sertaneja raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música sertaneja romântica. Na primeira fase os cantadores interpretavam modas-de-viola e toadas, canções estróficas que após uma introdução da viola denominada “repique” falavam do universo sertanejo numa temática essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e menos freqüentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram acompanhados pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários sistemas de afinação (como cebolinha, cebolão, rio abaixo) e mais tarde também pelo violão. Artistas representativos desta tendência, mesmo que gravando em época posterior, são Cornélio Pires e sua “Turma”, Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Pena Branca e Xavantinho.
Os intérpretes mais famosos de música caipira são o duo Tonico e Tinoco. Em 1946, eles gravaram «Chico Mineiro», de Tonico e Francisco Ribeiro (Continental 15.681), um clássico da música caipira que narra a história de um boiadeiro que descobre ser irmão de seu vaqueiro (Chico Mineiro). Mas este parentesco só é revelado após a morte de Chico. Tonico e Tinoco, em sua performance usam somente a viola caipira e o violão acústico como instrumentos acompanhadores, e como todas as duplas de música sertaneja raiz cantam toda a peça num dueto com vozes paralelas num intervalo de terça. Uma narrativa típica descreve a dureza da vida no sertão e o caráter reservado do sertanejo. Os personagens principais da música caipira são ou vaqueiros, ou os animais com quem o vaqueiro lida no seu cotidiano: gado, mulas, pássaros, etc. O caráter das peças é épico nas narrativas que falam da vida, morte, e fatalidades da vida no sertão ou interior.
Fontes:
  • Luiz Henrique Pelícia (Caipirão), no site http://www.sertanejooficial.com.br/
  • http://www.ahistoria.com.br/musica-sertaneja/


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