segunda-feira, 24 de agosto de 2015

JOÃO DA PONTE - Uma história de vida

JOÃO DA PONTE - Uma história de vida


Em Abril de 1933, na cidade de Solânia na Paraíba, nasce uma lenda: João Ernesto Costa, mais conhecido como "João da Ponte". Para a família e também os que o conhecem, é e sempre será uma lenda. Veio de família pobre, não tinha o que comer, nem podia comprar roupas, sapatos, sonhando um dia em tornar-se "alguém na vida", ele e o irmão trabalhavam em troca de comida para ajudar a família. 
Descontente com a situação, seu irmão veio para São Paulo tentar a vida por aqui e em poucos meses já conseguiu ajudar em casa, enviando dinheiro para a família. João nem acreditava, pediu dinheiro para o irmão querendo vir para São Paulo também.
Sem muita fé, seu irmão Francisco lhe enviou o dinheiro da passagem e logo que chega o dinheiro, as pressas, João já estava com as malas prontas, e sem pensar em mais nada deixou tudo para trás em Solânia, inclusive seu terreno arado já pronto para o plantio para que um amigo o fizesse.
Com apenas 17 anos, pegou suas roupas e embarcou para São Paulo atrás do irmão. Sem dinheiro para comer, veio com apenas 1 kg de carne seca e uma rapadura por uma viagem dura, a qual durou aproximadamente 7 dias. Com paradas inesperadas, chegou a passar uma noite na rodoviária, onde pagou para dormir no chão, mas enfim ele chegou.
Com muita luta e esforço, ele encontra seu irmão trabalhando em uma construção, onde o Chefe de Obras acaba lhe dando a oportunidade de trabalho como Ajudante de Marceneiro, deixando-o morar no alojamento com o irmão. 
Tudo caminhava bem, João estava se dando bem com o trabalho, porém um dia a obra terminou e os operários foram escalados para realizarem outra obra: uma ponte na cidade de Pedreira que serviria de passagem do Centro da cidade para a Vila São José. Um dos operários era Francisco, irmão de João, porém Francisco não queria ir e sugeriu que João fosse em seu lugar. 
Solteiro e sem compromisso, João foi. Ganhava 12 réis por mês em seu trabalho, salário considerado bom na época, para ele já bastava. 
Não tendo onde morar nessa cidade desconhecida, João arma um barraco na beira do Rio Jaguari, onde morou por algum tempo. Durante a construção, sempre avistava uma dama, muito bonita por sinal, observando-a diariamente sem saber que também estava sendo observado. 
Com muita reclamação da prefeitura, João é convidado a retirar seu barraco da beira do rio. Uma senhora, vendo o desespero de João com a situação e tendo um quintal vazio em sua casa, convidou João para montar seu barraco lá até que encontrasse um lugar melhor para poder morar. Uma Santa senhora!!
Terminada a obra da ponte, o Chefe de Obras apresenta uma nova jornada aos operários na cidade de Santos. João, imaginando nunca mais poder ver a bela dama que se acostumara observar todos os dias, decide ficar na cidade e tentar a vida por aqui. Muito triste com a decisão de João, o Chefe de Obras o indica para uma empresa local, Cerâmica Santana, a qual o aceita e contrata de imediato. João sabia que ganharia menos que a empresa de obras de São Paulo, mas acreditava que era o momento de parar com as viagens.

Juntando o pouco que sobrava do salário, ele consegue um lugar para morar e, mais tarde, já com 21 anos, casa-se com a bela dama que acostumara-se a observar, a qual agora já era a Sra. Cynira Carvalho Costa (infelizmente, já não vive mais entre nós).
Com muita luta e enfrentando a descrença do sogro, João construiu uma bela casa onde viveu por muitos anos com sua amada esposa em uma relação de lhes deu dois belos filhos e também netos.


FONTE: Essa história de vida é uma homenagem da família ao Sr. João Ernesto Costa, "João da Ponte", "Caboclo" ou simplesmente "Sr. Paraíba", por ter sido ao lado de sua esposa pessoas especiais e honestas.



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